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terça-feira, 26 de abril de 2011
Paiva Couceiro impõe a soberania no Cubango
(Henrique Paiva Couceiro)
No tempo em que Silva Porto, chegou a África depois de ter estado no Brasil, ainda as expedições portuguesas tinham uma caracterização meramente aventureira.Foi Silva Porto por certo o primeiro que intentou a travessia de África em 1853 acompanhando mercadores árabes.
Numa segunda fase após a década de 70 as expedições passam a ter uma maior motivação política, no contexto da corrida a África para assegurar territórios.
Embora pequeno país periférico, Portugal, não deixou de entrar na corrida que a partir de 1870 os imperialismos britânico, francês, belga e alemão, encetaram pelo domínio comercial e político daquele continente.
Uma das "borbulhas" que havia incomodado os ingleses e que tinham contribuído para a consumação do já referido Ultimato, foi por certo a corrida ao Barotse, região intermédia entre o Bié e o Zumbo, pois perante os rumores do envio de uma embaixada inglesa à região, o governo português preparou uma expedição porque, segundo afirmava, "era necessário chegar antes"dos ingleses.
Foram efectuados acordos com vários sobas, quer comerciais quer políticos para que reconhecessem a soberania portuguesa, colocando os seus territórios sob o protectorado português, admitindo missões religiosas e científicas, e aceitando a instalação de uma força militar.
Em 1890, Paiva Couceiro, encarregue de uma missão naquela zona, deu início, no meio do percurso, à construção de um forte em Belmonte, indispondo-se com o rei do Bié que intimou os portugueses a retirarem, que nem os bons ofícios de Silva Porto que já habitava a região há décadas, conseguiu demover e que acabou por o levar ao suicídio.
Apesar da resistência de Paiva Couceiro, a expedição ao Barotse foi interrompida, por efeito do Ultimato, ao mesmo tempo que os seus efectivos, eram encaminhados para o Cubango.
Não foi contudo, muito longa a espera, ainda antes do final do ano de 1890, já Couceiro realizava a exploração do Bailundo ao Mussulo, impondo a soberania portuguesa em toda a região do Cubango em Angola.
Era a tentativa de defender o avanço britânico.
Regressado ao Bié, participou, com as forças de Artur de Paiva, na expedição punitiva que terminou na prisão e deposição do soba Dunduma (ou N’Dunduma) que o ameaçara seis meses antes e na completa subjugação do reino do Bié.
Estava vingado o insulto que lhe fora feito e a morte de Silva Porto.
Terminada aquela operação, ainda foi encarregado de ir avassalar os povos da região da Garanganja e explorar os depósitos de sal-gema existentes na margem esquerda do rio Cuanza.
Terminada mais esta operação, voltou a Belmonte, no Cuito, onde se recolheu doente com febres. A 17 de Fevereiro de 1891, o Ministério da Marinha e Ultramar deu por terminada a sua comissão de serviço ultramarino e ordenou o seu regresso a Portugal.
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