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sábado, 2 de abril de 2011

Acontecimentos no ano de 1889

  • O nascimento e baptismo do infante D.Manuel

Desde o princípio de Novembro que o Paço Real se encontrava de prevenção, devido à gravidez adiantada da rainha D.Amélia de Orleans. Chamara-se de Borba o dr.Ramos de Abreu, que assistira a rainha, quando ela estava em Vila Viçosa..

Pelas 6 horas da manhã do dia 15 de Novembro, foi anunciado o nascimento do jovem príncipe. De imediato foi baptizado sendo lhe dado o nome de Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio de Bragança Orléans Sabóia e Saxe-Coburgo Gotha.

A cerimónia foi presidida pelo cardeal-patriarca D.José Sebastião Neto e foi muito íntima, contando apenas com a família em respeito pelo luto da morte de seu avô D.Luís.

O baptizado solene só viria a realizar-se a 18 de Dezembro, no Palácio de Belém, já com a presença do avô materno e do Imperador do Brasil deposto D.Pedro II, que entretanto chegara a Lisboa alguns dias antes e a restante família e nobreza. Muito embora ainda o luto se mantivesse, o governo considerou o dia de grande gala, com tolerância de ponto e iluminações

A madrinha foi a sua avó paterna D.Maria Pia de Sabóia e o infante D.Afonso seu tio, em representação do avô materno o conde de Paris, que foi o padrinho.

Ao recém nascido foi-lhe atribuído o título de duque de Beja, em vez do título oficial de duque do Porto, que lhe não foi atribuído por estar ainda na posse do seu tio, o infante D.Afonso Henrique.

O governo de Luciano de Castro decretou 3 dias de iluminações e de festas e no dia seguinte realizou-se um solene Te Deum na igreja de São Domingos, com a presença de toda a corte.

O dia acabou ensombrado coma notícia da proclamação da república no Brasil e fim do Império brasileiro da família Bragança.


  • Novembro,08-Expedição de Serpa Pinto e Álvaro Castelões à região do Largo Niassa é atacada pelos Macolocos.
A expedição de Serpa Pinto tinha como objectivo fazer o reconhecimento do território e efectuar o mapeamento do interior do continente africano, para demarcar a zona que Portugal viria a reclamar para si através do famoso Mapa Cor-de-rosa.

A 8 de Novembro, oskololo, divididos em duas hostes, que, segundo o testemunho de Serpa Pinto, “traziam hasteada a bandeira ingleza”,56 atacaram o acampamento da expedição portuguesa, a qual continuava parada, à espera de mais reforços. Os macololos, em número de 12 000 (estimativas de Serpa Pinto), vinham equipados com espingardas modernas, mas foram recebidos por um novo tipo de arma, ainda mais mortífera: a metralhadora.

Tombaram mortos, às dezenas, e Serpa Pinto, depois de receber reforços pelo rio, começou a avançar para norte, com 3 canhoneiras e cerca de 50 outras embarcações (num total de entre 5000 a 6000 homens, segundo Serpa Pinto). Ao chegar à confluência com o Ruo, a guarda-avançada da força expedicionária atacou Chilomo (onde, segundo Serpa Pinto, se concentravam 4000 defensores) e ocupou a povoação.

Foi então que o major recebeu, por estafetas, uma mensagem vinda da costa: a notícia da morte, na metrópole, do rei D. Luís Serpa Pinto, doente, cedeu então o comando da expedição ao tenente da Marinha, João de Azevedo Coutinho, entretanto nomeado “governador militar do Chire” e encarregado de continuar o avanço, com perto de 1700 homens, apoiados por uma canhoneira fluvial.

Crédito:
VISÕES DE IMPÉRIO NAS VÉSPERAS DO “ULTIMATO”: UM ESTUDO DE CASO SOBRE O IMPERIALISMO PORTUGUÊS (1889) Luís Filipe Moreira Alves do Carmo Reis

  • Explicação de Barros Gomes sobre os acontecimentos no Niassa

Henrique de Barros Gomes era o ministro dos Negócio Estrangeiros e um homem cauteloso, face a uma certa agitação que decorria sobre a questão colonial, face à pretensão que corria de um Portugal que em África ligasse Angola a Moçambique e que frequentemente aparecia em mapas onde esse imenso território aparecia pintado de cor-de-rosa.

Sem dinheiro para investimentos a única forma viável de Portugal assegurar rentabilidade que justificasse a sua pretensão colonial, era controlar portos e vias de comunicação, para poder sujeitar o comércio internacional a pesados direitos alfandegários e ideia principal era no fundo assegurar investimentos e construir a ideia do mapa cor de rosa para o poder vir a trocar, por esse investimento.

Para apoiar essa pretensão havia igualmente a ideia de abandonar a "exclusividade dependência inglesa", por uma certa envolvência de outras potências europeias, nomeadamente alemã e francesa,

Entretanto na sequência dos acontecimentos referidos anteriormente Lord Salisbury emite uma nota diplomática, exigindo a retirada das forças militares portuguesas, que tinham atacado os Kololo apesar de estes últimos se encontrarem sob protectorado britânico.

O governo português através de instruções dadas por Barros Gomes ao nosso embaixador em Londres, o marquês de Soveral retorquiu, afirmando o carácter puramente científico e técnico da expedição de Serpa Pinto, e fazendo realçar que esta última apenas respondera a uma agressão dos Macololos, não tendo sido ela a atacar

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