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terça-feira, 26 de abril de 2011
1º de Maio em Portugal em 1890
(August Spies um dos enforcados em Chicago)
No dia 1º de Maio de 1886, 500 mil trabalhadores saíram às ruas de Chicago, nos Estados Unidos, em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada para oito horas de trabalho. A polícia reprimiu a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e matar dezenas de operários.
Não é uma simples data que se comemora, deste incidente resultou a prisão de oito líderes do movimento. Quatro foram condenados à morte por enforcamento e os restantes a prisão perpétua.
Em 1890, o Congresso americano vota a lei que estabelece a jornada de oito horas de trabalho e três anos mais tarde, depois da reabertura do processo que levou à condenação dos oito operários, conclui-se que a bomba que explodiu em Chicago tinha sido colocada pela própria polícia.
Em Julho de 1889, o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, aprovou por proposta do socialista Jules Guesde a instituição do 1º de Maio como data universal para as classes trabalhadoras confraternizarem e reivindicarem o dia normal de oito horas, em homenagem aos mártires de Chicago.
O operariado português também saiu a rua, como aconteceu em muitos outros países, reclamando a redução da jornada de trabalho no dia 1 de Maio de 1890. A iniciativa foi conduzida pela Associação dos Trabalhadores da Região Portuguesa e decorreram em Lisboa e no Porto.
D.Carlos não passou esse dia em Lisboa, saiu para Vila Viçosa a 30 de Abril, regressando no dia 2 de Maio.
Naquele dia do século XIX trabalhadores de todo o mundo responderam à convocação da jornada de luta internacional por melhores condições de vida. E dessa forma homenagearam os mártires de Chicago.
Não se pense contudo que estas foram as primeiras manifestações de "luta operária" em Portugal, segundo José Mattoso, entre 1852 e 1910 realizaram-se 559 greves no nosso país. A subida dos salários, a diminuição da jornada de trabalho e a melhoria das condições de laboração eram as principais exigências dos operários.
Por curiosidade, no dia 4 de Maio, realiza-se em Lisboa um comício operário na Rua Nova da Piedade, onde se falou de Karl Marx.
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