- Inauguração do Coliseu dos Recreios em Lisboa
Quando em 1887, Pedro Monteiro, António Macieira, Santos Taveira e Gregório de Almeida fundaram a nova Empresa de Recreios Lisbonense, convidaram os accionistas do antigo Coliseu Whitoyne, entre os quais se encontrava o rei D.Carlos, para se juntarem com o objectivo de construir uma grande sala de espectáculos popular, que encenasse espectáculos de qualidade a preços acessíveis.
Os terrenos foram adquiridos em 1888 e o projecto encomendado aos engenheiros Goulard, pai e filho, e ao mestre Manuel Garcia Júnior. A decoração dos interiores foi entregue ao cenógrafo Eduardo Machado que pela primeira vez desenhou candeeiros eléctricos, em vez de candeeiros a gás, para iluminação de palco.
O arquitecto Cesare Ianz, responsável pela fachada do edifício, última parte concluída, e a que os motivos decorativos em reboco e algumas carrancas, lhe aumentaram a grandiosidade que ainda hoje se pode admirar.
A cúpula de ferro, com 25 metros de raio, foi encomendada na Alemanha, à Firma Hein Lehemann e Cª, e colocada no dia 11 de Novembro de 1889. Engenheiros e operários vindos daquele país orientaram a colocação da gigantesca concha de ferro que pesava mais de 100 toneladas.
No dia 14 de Agosto de 1890, com o Coliseu ainda em obras, fez-se o primeiro espectáculo a que assistiram cerca de 5 mil pessoas. O Diário de Noticias noticiou a inauguração: “O Coliseu dos Recreios é, pois, uma sala de espectáculos que honra a nossa capital, não havendo melhor no estrangeiro, e poderá ser aplicada para exposições, exercícios militares, touradas, etc.”.
E assim aconteceu, a polivalência do Coliseu permitiu que ao longo dos tempos fossem apresentados os espectáculos mais díspares, desde a ópera e opereta, passando pelo Circo, música clássica, rock, e a música popular portuguesa.
Fonte: Revelar LX
- Tratado de 20 de Agosto de 1890
Assim se confirmava a perda de tudo o que Portugal já havia sido obrigado a abandonar pelo Ultimato, como ainda se abria mão de territórios não contestados ao norte e ao sul do Zambeze e se facultava um novo campo à colonização inglesa.
A assinatura deste tratado foi considerado como mais uma humilhação infligida pela Inglaterra a Portugal, dando origem a uma nova onda de manifestações de protesto.
(retirado de História de Portugal em datas de António Simões Rodrigues)
Como aconteceu quando da afronta do Ultimato, cada partido pensou sempre mais na forma como poderia retirar dividendos , do que na apregoada afronta a Portugal. Difícil seria uma oposição firme de Portugal ao poderio inglês, quando as carências financeiras já para não falar nas diferenças de dimensão territorial e demográfica entre ambos, nem permitiam criar condições para a manutenção duma carreira fluvial permanente com as possessões africanas.
Os ingleses tinham continuado após o Ultimato exigindo uma solução para os problemas coloniais, ameaçando que, no caso de não ser possível um acordo bilateral, entregar a resolução do problema à poderosíssima British South African Company, fundada por Cecil Rhodes e que se tornara entretanto chefe do governo da província do Cabo.
Esta solução atemorizou o governo português. Significaria uma guerra, impossível de ganhar e que traria provavelmente no imediato a perda integral, pelo menos do território de Moçambique.
Hintze Ribeiro, ministro dos Negócios Estrangeiros escrevia a D.Carlos, quando da altura da assinatura do Tratado que, os termos "pareceram consentâneo com o bem do País", que quereria dizer que se obtivera o que fora possível com o que por certo el-Rei concordaria, mas que naturalmente a oposição Progressista iria aproveitar para contabilizar a seu favor.
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