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domingo, 8 de maio de 2011

Acontecimentos do ano de 1890-4ºparte


(Augusto Fuschini)

  • Uma nova formação chamada Liga Liberal

A movimentação política partidária, por causa da "questão inglesa", não parava de criar novas situações e protagonistas.

Em Setembro de 1890, surge uma nova formação chamada de Liga Liberal, formada maioritariamente por imensos oficiais do exército, que só numa reunião no Teatro de S.Luís, participaram cerca de 400 oficiais fardados.

A Liga Liberal era nessa altura presidida por Augusto Fuschini, um engenheiro da Companhia Real de Caminho de Ferro, quer em 1881 havia sido eleito deputado pelo partido Regenerador,que havia acompanhado Barjona de Freitas para a Esquerda Dinástica, após a morte de Fontes Pereira de Melo.

Professando opiniões socialistas defendendo a causa do operariado, tinha nesta altura como objectivo pressionar o governo no sentido da defesa dos legítimos interesses de Portugal.

A fórmula política só por si era um pouco vaga,mas naquele tempo qualquer coisa servia para por em causa as decisões do governo e obviamente o Rei, responsável pela sua nomeação e manutenção em funções.

  • Setembro,25-Manifestação em Coimbra pela libertação de António José de Almeida

Em 23 de Março de 1890 António José de Almeida havia publicado no jornal académico "O Ultimatum", um artigo Bragança, o último, que produziu enorme eco no país,tendo sido o autor processado. Foi defendido pelo Doutor Manuel de Arriaga mas foi condenado a três meses de prisão o que espalhou o seu nome, por todo o País, quando até aí era apenas conhecido entre os condiscípulos.

  • A demissão do governo de Serpa Pimentel

Em 15 de Setembro o Tratado é apresentado na Câmara dos Deputados, pelo ministro dos Estrangeiros Hintze Ribeiro, onde uma larga maioria Regeneradora, alinhou nos protestos contra o Tratado e que levou Ribeiro a demitir-se.

Entretanto D.Carlos convalescia em Sintra, dum tifo que apanhara em Agosto, aparentemente após uma viagem a Tróia, só regressando a Lisboa 13 de Outubro.

Apenas dois dias depois António de Serpa Pimentel apresentou-lhe o pedido colectivo de demissão do governo por ele presidido.

A solução inicialmente apresentada a D.Amélia e a D.Maria Pia, após a demissão de Hintze Ribeiro, a passagem de Lopo Vaz para a pasta do Reino, e a acumulação dos Negócio Estrangeiros nas mãos de Pimentel, não colheu as simpatias nem do próprio proponente, que assim via o seu rival partidário Lopo Vaz apoderar-se da pasta mais importante do governo.

Preferiu assim apresentar a demissão colectiva.

Teve pois em Setembro, D.Carlos que arranjar uma nova solução governativa.

Pensou inicialmente na manutenção dos regeneradores no governo, chamando Martens Ferrão, embaixador em Roma, mas a solução acabou, por ser o recurso a um outro octogenário João Crisóstomo de Abreu e Sousa que, vai formar um governo que passaria por uma solução não-partidária conforme os Progressistas lhe haviam exigido logo em Janeiro. apoiado agora também pela Liga Liberal.

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