Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Morte de Rosa Araújo-Um Político como já não há




Filho dum rico comerciante, desde novo se interessou pela política veementemente discutida na confeitaria de seu pai, na rua de S. Nicolau, (nos actuais números 44 e 48) em Lisboa, levando-o a participar na revolução da Maria da Fonte em 1846 e a sócio do Clube dos Camilos.

Grande militante do associativismo, era membro de várias entidades que mais serviços prestavam aos mais desfavorecidos.

A Confeitaria conhecida pela Confeitaria Cocó, vêm do tempo do seu avô, pelo facto dele chamar da porta da sua loja os rapazes que por ali passavam para lhes dar um rebuçado, um cocó, como ele dizia.

Mais tarde este apodo passou a nomear a gloriosa especialidade da casa – os célebres pastéis de ovos finíssimo e gostosíssimo folhado, obra-prima da doçaria nacional.

Foi vereador da câmara de Lisboa, depois seu Presidente, estando associado à reformulação da Avenida da Liberdade, que tinha outra configuração arquitectónica do tempo do Passeio Público pombalino.

Um dia, em 24 de Julho de 1879, inauguraram-se as obras do grande empreendimento com a demolição do Teatro Variedades e da velha Praça do Salitre. Vinte e dois contos, (…) foi a quantia que a Câmara despendeu com a expropriação daqueles dois edifícios e foi também a quantia que ela ficou a dever, na ocasião, ao presidente da sua vereação. Depois procedeu-se à demolição dos prédios da rua do Salitre, rua que chegava até à das Pretas, e em seguida à dos que existiam na praça da Alegria de Baixo.

Rosa Araújo, tinha uma grande fortuna herdada de seu pai, não só através da referida confeitaria, como também duma casa bancária que estabelecera na rua do Arco Bandeira em Lisboa, porém a sua extrema bondade fazia com que a sua bolsa estivesse sempre aberta aos que dela necessitavam. de tal forma que a fortuna chegou a estar muito comprometida, levando-o quase à pobreza.

Imagine o funeral deste homem, falecido em 26 de Janeiro de 1893, com apenas 52 anos. O primeiro enterro que teve licença de passar pelo centro da Avenida da Liberdade foi o do próprio José Gregório da Rosa Araújo.

A confeitaria lá continuou a fazer o seu negócio, a vender os seus afamados folhados com doce de ovos, os seus inimitáveis cocós, primeiro sob a administração do Tribunal do Comércio, depois, e por longos anos, como propriedade de Isidro Mendes da Silva, antigo empregado da casa, que em certa altura a trespassou a Tomaz Ferreira de Lima a quem sucedeu sua viúva que teve como associado na gerência da casa o Sr. Baptista Pinto.

Em 1938 fechou as suas portas; contava 105 anos de idade. Hoje está lá um bar e para vergonha desta cidade onde entre os seus defeitos ou as suas qualidades ainda avulta a inconsciência, os seus proprietários adoptaram para título comercial os apelidos do antigo presidente da Câmara Municipal! Bar Rosa Araújo! Como isto por não nos poder indignar, nos confrange.

( publicado do blog da Junta de Freguesia de São José

Acontecimentos no ano de 1893-1ºparte

  • Janeiro,01-Oliveira Martins publica o artigo “El-rei D.Carlos”.
Publica artigo na Semana Ilustrada, suplemento dominical do Jornal do Comércio, de Henrique Burnay (1837-1909), onde incita D. Carlos à ditadura. Aliás, parece unânime a rejeição do que está. Se uns falam na revolução vinda de baixo, outros apelam para a revolução vinda de cima. Tudo se tenta e no poder até estão proponentes da terapêutica intervencionista que, contudo, parecem não a saber operar.
(para ver notícia de referência clicar aqui)

  • Janeiro,14-Morte de José Falcão
Professor de Matemática na Universidade de Coimbra, nasceu em Miranda do Corvo grande defensor das ideias republicanas. Foi ele o encarregado de reorganizar o partido republicano no Porto, após a revolta falhada do 31 de Janeiro.
Teórico republicano publicou em 1884 a Cartilha do Povo um documento importante da propaganda republicana bem como vários artigos e o próprio Manifesto.
Proposto para deputado em 1892 a morte aos 51 anos veio por fim à sua vida

  • Fevereiro,01-Fundado o periódico católico Correio Nacional,
visando dar apoio à constituição do projecto de Centro Parlamentar Católico, iniciativa de Henrique Barros Gomes, Jerónimo Pimentel e do conde de Casal Ribeiro, mas que acaba por fracassar.

domingo, 19 de junho de 2011

Acontecimentos no ano de 1892-4ºparte

  • Outubro-Festa Comemorativa do 4º Centenário da descoberta da América.
Portugal fez-se representar nas festas comemorativas levando para essa exposição um modelo da caravela S.Rafael com que Vasco da Gama efectuara a primeira viagem à Índia

  • Outubro,23-Eleições gerais de deputados-regeneradores renovam a maioria obtida em Março de 1890.
Dias Ferreira consente que os regeneradores renovem a maioria dos deputados , obtendo 52 deputados, contra 33 progressistas, 26 dos seus próprios deputados e 8 independentes e 4 republicanos.

No circulo de Lisboa os republicanos obtém 25 % dos votos, e elegem Jacinto Nunes e João Chagas por acumulação de votos, sendo os outros eleitos Rodrigues de Freitas pelo Porto e Teixeira de Queirós por Santiago do Cacém

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Acontecimentos no ano de 1892-3ºparte

  • A duquesa de Palmela Maria Luísa de Sousa Holstein, funda as cozinhas económicas
Em Outubro de 1892, em virtude da miséria que grassava no país, a 3º duquesa de Palmela Maria Luísa de Sousa Holstein, funda as cozinhas económicas, com a finalidade de fornecer refeições gratuitas ou a preços reduzidos. Foi a própria duquesa do Palmela quem do seu bolso mandou comprar todo o equipamento, desde as mesas aos talheres, passando pelas cadeiras, fogões, etc. De França vieram algumas Irmãs da Caridade de São Vicente de Paula e, quando tudo estava organizado, inaugurou-se a primeira Cozinha Económica, na Travessa do Forno aos Prazeres, escolha criteriosa, dado ser das zonas com maior população de operários. O próprio rei D. Carlos mandava grande parte do produto das suas caçadas em Mafra e Vila Viçosa para se confeccionarem as refeições nas «Cozinhas Económicas» e os excedentes das pescarias levadas a efeito no iate real “Amélia” tinham o mesmo destino, diz-nos Rocha Martins.

  • Julho,04-D.Amélia recebe a Rosa de Ouro concedida pelo Papa ás Rainhas católicas.
A rosa de Ouro papal tinha um grande valor simbólico desde o sec.XI, quando Leão XI ao isentar o Convento de Santa Cruz de Woffenheim, condicionando essa isenção ao envio anual duma rosa de ouro à Santa Sé

A partir da segunda metade do século XX, as concessões da Rosa de Ouro tornaram-se mais raras, e foram todas conferidas a lugares, a maioria a santuários. Assim, a outorga da Rosa de Ouro pode ser considerado um grande privilégio.

A maior parte das Rosas de Ouro foram fundidas por seus destinatários, para reutilização do ouro, com fins monetários. Os exemplares antigos que subsistem são poucos

>>>>> Discurso de Pio XII quando da atribuição da Rosa de Ouro à catedral de Goa

É com vivo prazer que vemos esta luzida assistência, à austera cerimónia que estamos para realizar e que consagra a extraordinária distinção que a Santa Sé Apostólica quer dar à Catedral da nobre cidade de Goa para ser conservanda no Santuário do Bom Jesus, e nela à Nação fidelíssima. Não é a primeira vez que a Portugal cabe tão honorífica distinção. Bastaria lembrar a Rosa de oiro que Nosso grande predecessor Leão XIII mandou em 1892 à saudosa Rainha D. Amélia; e antes dela a Rosa de oiro concedida à igreja de S. Antonio de' Portoghesi, uma das duas igrejas que na cidade de Roma compartilham esta glória com as grandes basílicas.

Mas Nós nesta hora lembramos especialmente a Rosa de oiro que por bem duas vezes o grande Pontífice Leão X mandou a Dom Manuel primeiro, pelos insignes serviços prestados à causa da fé, com a venturosa epopéia do Oriente; epopéia que preparou o campo e forneceu os meios que tornarem possível o maravilhoso apostolado de S. Francisco Xavier; o qual por sua vez havia de ser o melhor expoente e o mais prodigioso realizador da vocação missionária de Portugal.

(Discurso do papa Pio XII em 1953)

Morte de Lopo Vaz de Sampaio e Melo



Lopo Vaz de Sampaio e Melo nasceu a 29 de Setembro de 1848, no concelho de Sabrosa,
e veio a falecer em 20 de Março de 1892.

Terminando a licenciatura em Direito, prosseguiu os estudos para obter o grau de doutor, que,no entanto, viria a interromper por ter sido eleito deputado na legislatura de 1870, pelo Partido Reformista. Quando foi reeleito em 1877, por via e uma eleição suplementar, já fazia parte das fileiras do Partido Regenerador.

Em 1880, foi alvo de uma grave doença e, aconselhado a experimentar a medicina estrangeira, visitou a França, a Bélgica e a Inglaterra, onde recolheu novos conhecimentos
sobre as práticas destes países em todos os assuntos que se podiam relacionar com a sua
posição burocrática.

Quando, em 25 de Março de 1881, António Rodrigues Sampaio foi chamado a constituir gabinete, convidou-o para ministro dos Negócios da Fazenda, após a recusa de Fontes Pereira de Melo. À frente dessa pasta, que sobraçou até 11 de Novembro de 1881, apoiou, com subsídios, um grupo de bancos do Porto a construir a linha férrea de Barca de Alva a Salamanca, sob o pretexto de obviar aos prejuízos que a Linha da Beira Alta podia causar à cidade nortenha, ao desviar o tráfego para a Figueira da Foz. Procedeu, ainda, à reforma da Contabilidade Pública, pela Carta de Lei de 25 de Junho, cujo legado se prolongou pelo século XX.

Regressou às funções ministeriais em 24 de Outubro de 1883, após uma reestruturação que
colocou na liderança do executivo Fontes Pereira de Melo. Abraçando, então, a pasta da Justiça, procedeu à reforma do Código Penal, antes de sair por ocasião da demissão do chefe do Governo, em 12 de Fevereiro de 1886.

Após a morte inesperada de Fontes Pereira de Melo, em 1887, assume um papel preponderante na vida interna do Partido Regenerador, ao ponto de recair em si a escolha daquele que viria a sero novo líder, António de Serpa Pimentel.

Na sequência do Ultimatum inglês, de 11 de Janeiro de 1890, que levou à demissão do governo progressista e à subida ao poder do Partido Regenerador, voltou a assumir a pasta
da Justiça, num período especialmente atribulado, a que respondeu com medidas de repressão.

É disso expressão a reforma da Lei da Imprensa, decretando-se a suspensão dos jornais em caso de abuso e a supressão por reincidência, e a firmeza com que tentou conter o povo
de Lisboa e Porto, o que lhe motivou os mais veementes protestos, sem lograr obter os resultados desejados.

A sua demissão – como, de resto, de todo o gabinete – viria a ocorrer em Setembro seguinte, motivada pela promulgação de um acordo com a Inglaterra.

No entanto, voltou às responsabilidades governativas em Maio de 1891, como ministro
dos Negócios do Reino e da Instrução Pública do executivo extrapartidário chefiado pelo
general João Crisóstomo, mas logo se viu privado do exercício das suas funções devido
a problemas de saúde, facto que o levou a ausentar-se da capital para tratamentos.

Quando retomou as pastas de que havia sido incumbido, pouco tempo restaria até à queda
do governo, que durou apenas sete meses.

Pelo meio, o seu estado de saúde agravara-se, sobrevivendo por pouco tempo ao fim da sua
última experiência governativa.

Foi, também, vogal do Supremo Tribunal Administrativo e par do Reino.

Acontecimentos no ano de 1892-1´parte

  • Janeiro,15-A escolha de Oliveira Martins

Perante a demissão de Mariano de Carvalho, as particularidades da vida política portuguesa vêm de novo ao de cima. O rei convidou Oliveira Martins, para assumir a pasta da Fazenda. Não era a primeira vez que D.Carlos, convidava este engenheiro militar para essa função, que anteriormente recusara.

A proximidade com o rei e a promessa expressa por este de ser aberto um rigoroso inquérito sobre as questões da Companhia dos Caminhos-de-Ferro, levaram-no a aceitar não sem antes ter "exigido" a entrada no governo de "outra pessoa".

Tratava-se de José Dias Ferreira que Oliveira Martins queria para chefe do governo, contra a vontade do rei, que queria uma personalidade Regeneradora, como o conde de Valbom, que por certo manteria os ministros anteriores, pertencentes aquele partido.

Como membro do partido socialista era exactamente isso que Oliveira Martins, não queria,além de precisar duma pessoa que soubesse cativar os descontentes e os radicais, para resistir aos grupos partidários mais poderosos.

O prestígio de Oliveira Martins, independentemente das sua qualidade enquanto, engenheiro responsável pela construção de caminhos-de-ferro, advinha dos seus livros sobre aspectos históricos da vida portuguesa e ibérica.

Já em 1886, eleito deputado por Viana do Castelo e chamado Luciano de Castro a formar governo, não entrará no governo progressista porque as Finanças (a «Fazenda») são dadas a Mariano de Carvalho e ele recusa as Obras Públicas.

José Dias Ferreira, era deputado pelo círculo de Aveiro, eleito pelo seu prestígio pessoal.embora o partido Constituinte que havia fundado já não existisse. Professor da Universidade de Coimbra, um dos advogados mais ricos do País e grão-mestre da Grande Loja dos Maçons Antigos , era aos 55 anos o homem indicado segundo Oliveira Martins.

Face a essa situação, o rei D. Carlos , resolveu chamá-lo a formar governo

O convite foi aceite e esta solução extra-partidária e de iniciativa real ficou conhecida como o governo da acalmação partidária .

Aparentemente os papéis estavam invertidos, não foi o chefe do governo a escolher ministros, foi um ministro que escolheu o seu chefe.

Mais uma vez, tudo passava pelo rei, mas ele não podia, ou evitava, impor a sua vontade. Os políticos negociavam através do rei, mas não se lhe submetiam.

  • Janeiro,17-O Governo de Dias Ferreira

Este governo chefiado por Dias Ferreira, (bisavô de Manuela Ferreira Leite, que foi ministra das Finanças do governo de Durão Barroso), foi o governo da história recente da monarquia constitucional, que sujeitou o País a políticas mais violentas.

O governo foi apresentado a 18 de Janeiro de 1892 e logo a 30 desse mês Oliveira Martins, apresenta ao país "a extensão das nossas amarguras", equivalente a um défice de 10.000 contos, equivalente a 25% das receitas e uma dívida de 23.000 contos. Para evitar a bancarrota, fora propostas algumas medidas

* lançamento duma taxa entre 5 a 20%, sobre ordenados, soldos e pensões
* dedução de 30% nos juros de dívida pública interna
* adicionais de 10 a 20%, à contribuição pessoal, sumptuária, rendas de casa e industrias
* corte em todas as despesas supérfluas de serviço público, como por exemplo o subsídio ao teatro S.Carlos
* suspensão indefinidamente das admissões na função pública
* estabelecer um acordo com os credores externos, para renegociar a dívida.

Também o rei, se solidarizou com a nação, cedendo 20% das suas despesas a inserir no orçamento, chegando mesmo a propor, uma nova fonte de receita, aos seus ministros, a instituição de um "bilhete de identidade"de apresentação obrigatória, pelos cidadãos em todos os actos públicos, contas por alto feitas por ele e a 100 réis cada bilhete, poderia render ao Estado cerca de 1000 contos num ano.

O deputado Ferreira de Almeida propõe novamente a venda das colónias para se fazer face ao défice , excluindo da venda apenas Angola e a Índia.

Havia algumas ideias, muito embora estas não tivessem seguimento, a miséria grassava no país e tornava-se necessário tomar medidas.

Com estas propostas Oliveira Martins também pretendia intimidar os partidos no parlamento, por forma a obter alguma acalmia política.

Acontecimentos no ano de 1892-2ºparte

* Maio,28-Oliveira Martins demite-se do governo.

As soluções financeiras propostas por Oliveira Martins para evitar a bancarrota, passavam pela obtenção dum empréstimo ao estrangeiro, que este tinha conseguido junto de praças financeiras internacionais, que contudo, escaldadas com a indisciplina financeira portuguesa exigiam o direito de vigiarem as finanças nacionais.
José Dias Ferreira foi intransigente na recusa a aceitar essa intromissão estrangeira o que equivalia a inviabilizar esse empréstimo.
Perante essa recusa e porque à sua pretensão não obtivera o apoio do rei, Oliveira Martins demitiu.se do seu cargo

* Junho-Novo Congresso das Associações de Classe.

Neste novo congresso reafirma-se a autonomia das associações operárias em relação aos partidos políticos sobretudo aos Republicanos e Socialistas, muito embora essa ligação nunca tivesse sido muito forte.
Claro que se abordou as intenções evidenciadas pelo poder político, de evitar a ligação entre movimento operário reevindicativo e o repubicanismo, já que oficialmente se dizia expressamente que essa organizações de classe, deveriam manter-se à margem da política.

* Junho,13-José Dias Ferreira decide que não é possível o Estado pagar os juros da dívida pública

A admissão pública de que o Estado só poderia pagar 1/3 dos juros da dívida pública, com excepção dos títulos do empréstimo de 1891 associado ao contrato dos tabacos.
Esta declaração era a formalização da bancarrota, que ao contrário do que se podia esperar foi largamente festejado pela imprensa radical, gabando-lhe o "desassombro e energia, por não se vergar ao ultimato financeiro".

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Acontecimentos no ano de 1891-6ºparte



  • Morte de Latino Coelho
No dia 29 de Agosto morre em Sintra Latino Coelho. Foi militar, escritor, jornalista e político português, formado em Engenharia Militar. Seguiu a carreira das armas, tendo atingido o posto de general de brigada do estado-maior de engenharia. Seguindo um percurso político que o levaria do Partido Regenerador, pelo qual foi eleito deputado, ao Partido Republicano Português, com passagem por um governo do Partido Reformista, de que foi fundador e ministro, a sua carreira política percorreu todo o arco partidário da Monarquia Constitucional. Foi várias vezes eleito deputado, foi par do Reino eleito e exerceu as funções de ministro da Marinha e de vogal do Conselho Geral de Instrução Pública. Foi lente na Escola Politécnica de Lisboa e sócio efectivo e secretário perpétuo da Academia Real das Ciências de Lisboa. Regressou à Câmara dos Pares, agora como deputado republicano pelo círculo de Lisboa, eleito nas eleições gerais de 1889 e 1890. Fez parte da lista de protesto que surgiu na sequência do ultimato britânico de 1890. Como escritor, notabilizou-se com obras de foro histórico e ensaístico.
  • Inauguração da linha da Beira Baixa
Em 6 de Setembro do ano de 1891, o rei D. Carlos, rainha D. Amélia e uma vasta comitiva se deslocaram para inaugurar a linha dos caminhos de ferro da Beira Baixa, entre Abrantes e Covilhã, a família real foi acompanhada pelos administradores, o Director Geral, pessoal superior da Companhia Real dos Caminhos-de-ferro Portugueses e representantes da imprensa. A família real fez depois uma visita de alguns dias a Castelo Branco e à Covilhã. A família real ficou hospedada no edifício do governo civil, com jantar de gala e Te Deum, seguindo-se um passeio a pé pela cidade com o respectivo espectáculo de fogo de artifício. Idêntico programa aconteceu no dia seguinte na Covilhã, antes do regresso a Lisboa no dia 8 de Setembro, Seguindo o insuspeito Século essas jornadas foram verdadeiras manifestações populares "pela primeira vez no seu reinado"
  • A família real visita o Porto e o Minho
A visita ao Porto, iniciada a 18 de Novembro tinha um simbolismo especial atendendo aos antecedentes liberais daquela cidade, além do que esta visita pouco tempo depois do golpe a 31 de Janeiro, podia ser encarado como um sinal de tréguas entre o Rei e o povo. Assim era preconizado por Mariano de Carvalho, que entendia como boa política que a família real levasse o jovem príncipe herdeiro e que o Rei atirasse alguns beijos na direcção do povo. A viagem durou 7 dias seguindo-se uma ronda pelo Minho de mais 4 dias por Braga, Guimarães, Viana do Castelo e Leixões. Entre festejos, Te Deums recepções e fogos de artifício o balanço foi positivo de acordo com a expectativa da altas figuras da governação que constataram que o aumento da popularidade do Rei junto das populações era uma evidência