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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Acontecimentos no ano de 1900-2ºparte


  • Novo governo de Hintze Ribeiro
Depois da morte de António de Serpa e a liderança assumida no Partido Regenerador por Hintze Ribeiro, perante a demissão de José Luciano, obviamente que a chefia do governo seguinte só poderia ser entregue pela segunda vez a Hintze Ribeiro.

De imediato João Franco anuncia que não fará parte do novo executivo,(por certo desnecessário esse anúncio), na esperança ténue que o rei não convidasse Ribeiro para esse cargo.
  • Anselmo José Franco Assis de Andrade, na fazenda, em Novembro substituído por Fernando Matoso dos Santos.
  • António Teixeira de Sousa, para a pasta da marinha e ultramar
  • José Gonçalves Pereira dos Santos , nas obras públicas, em Novembro substituído por Manuel Francisco Vargas
  • João Marcelino Arroio nos estrangeiros.
  • Artur Alberto Campos Henriques na justiça
  • Pimentel Pinto na guerra
  • Hintze Ribeiro acumulando com a pasta do reino
A subtileza de Ribeiro em convocar Campos Henriques e Teixeira de Sousa, aliados de João Franco para o governo foi uma acha mais para a grande fogueira da rivalidade e da disputa entre ambos.

Em Maio de 1900, na Assembleia, porque um deputado regenerador se atreveu a criticar uma proposta do governo, Ribeiro expulsa-o de imediato do partido, Essa celeuma fractura os regeneradores dum forma concreta cindindo-se em 25 deputados para o lado de Franco e 75 para o de Ribeiro.

Este facto foi o argumento para Hintze conseguir de D.Carlos nova dissolução do parlamento, que lha concedeu, dando lhe os meios para através de novas eleições expulsar os "franquistas" do parlamento, agora agrupados como regeneradores liberais.

As eleições que se seguiram em 25 de Novembro, trouxeram como seria de esperar (o governo ganha sempre as eleições como era tradicional), a vitória dos partidários de Hintze. Desta vez não são eleitos deputados republicanos, apesar do partido aumentar as votações.

Apenas surgem como independentes Mariano de Carvalho, Augusto Fuschini, o visconde de Mangualde e José Dias Ferreira.

  • Agosto, 16 - Morte de Eça de Queirós em Paris.

Morre em Paris onde desempenhava as funções de cônsul-geral. tendo cursado Direito, dedicou-se desde cedo à carreira diplomática tendo saído novo de Portugal.


Humor irónico e uma arte narrativa de grande riqueza caracterizou como ninguém a sociedade portuguesa do século XIX. Para ler mais sobre Eça clicar aqui
  • Dezembro, 28 - Morte de Serpa Pinto
Alexandre Alberto da Rocha Serpa Pinto, figura mais ilustre do concelho de Cinfães, nasceu em 1846 na Quinta das Poldras, freguesia de Tendais. Passou grande parte da sua infância no Brasil, tendo ingressado em 1858 no Colégio Militar, em Lisboa.

Cursou direito em Coimbra, curso que viria a abandonar para se dedicar por inteiro à carreira militar Em 1877 enceta a exploração e travessia científica no continente africano que o tornou célebre.

Em 1881 é publicada a obra da sua autoria intitulada: "Como Eu Atravessei a África". Em 1900 é eleito deputado pelo círculo de Cinfães.

Falece em Dezembro deste mesmo ano sendo sepultado no cemitério dos Prazeres, em Lisboa, onde jaz.

Retirado de :Concelho de Cinfães

Acontecimentos no ano de 1900-1ªparte

  • Continuação do governo de José Luciano
Muito embora o século XX tenha começado com a continuação do governo de José Luciano de Castro, uma grave doença do foro degenerativo da medula dorsal, que pouco a pouco o levou à paralisia dos membros inferiores, governando pelo telefone a partir da sua casa na rua dos Navegantes.

José Luciano optou por não se demitir, não tanto se o fosse por um membro do Partido Regenerador, mas temendo ser substituído por outra pessoa do seu próprio partido. Ao rei era dito que a crise havia de passar uma coisa temporária, aguardando "que o homem se ponha bom", como lhe era dito.

Um ano anterior no discurso da coroa a 2 de Janeiro, José Luciano havia apresentado uma reforma constitucional que após mais dum ano parada volta a 14 de Março de 1900 ao parlamento.

O objectivo maior desta reforma era o de acabar com a suspensão temporária da assembleia legislativa sob pretexto duma qualquer discussão parlamentar, pelo que se pretendia restringir as prerrogativas do Rei do fazer, aos mesmo tempo que se atribuía aos tribunais a apreciação da constitucionalidade das leis , recusando decretos ou origens do governo, que não estivessem em conformidade com a constituição.

Era o cunho liberal que José Luciano, pretendia assumir duma forma clara, porém o argumento da oposição Regeneradora foi poderoso, lembrando que ainda não tinha passado o prazo entre possibilidade de nova revisão constitucional, já que a anterior fora em 1896.

Como essa revisão fora conseguida em ditadura, não achava José Luciano, que deveria validada a contagem que a oposição, pretendia fazer.

Eram basicamente estas as argumentações que dividiam os dois principais partidos, assumindo o rei uma posição de grande habilidade, admitindo que lhe agradavam os princípios defendidos por José Luciano , mesmo com prejuízo dos seus poderes como ele dizia, mas por outro lado, não dava provimento à argumentação do governo, ou seja negando a validade das decisões tomadas em ditadura.

José Luciano apresentou a sua demissão, da chefia do governo no dia 26 de Julho de 1900.

  • Fevereiro,18-Repetição das eleições no Porto, com nova vitória, dos republicanos, com a eleição de Afonso Costa, Xavier Esteves e Paulo Falcão.
As eleições no Porto do dia 11 de Novembro do ano anterior, haviam sido anuladas em 5 de Janeiro,alegando-se irregularidades tendo sido marcadas novas eleições para Fevereiro.
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  • Fevereiro,12-Ferreira de Almeida defende na Câmara dos deputados a venda das Colónias
Logo no dia da abertura das Corte, este deputado e já com os 3 deputados republicanos reeleitos defendeu esta venda

José Bento Ferreira de Almeida, antigo ministro da Marinha e Ultramar, defende na Câmara dos Deputados a venda das colónias (à excepção de Angola e de S. Tomé e Príncipe), como forma de pagar a dívida externa e fomentar o desenvolvimento do país.

A questão dos crescentes deficits financeiros da monarquia constitucional estivera, aliás, na origem de um acordo que teria sido celebrado em 1898 entre a Inglaterra e a Alemanha prevendo a partilha de Angola, Moçambique e Timor, em caso de dificuldades que obrigassem a avultados empréstimos externos por Portugal.

No ano seguinte, em função dos acontecimentos relacionados com a Guerra dos Boéres, a Inglaterra e Portugal renovam os tratados de Windsor, mantendo o status quo. Neste mesmo ano, Ferreira de Almeida será nomeado Par do Reino por D. Carlos I, enquanto António Enes, o vencedor das campanhas em Moçambique, fica de fora.

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  • Março,02-Com a morte de António Serpa Pimentel, chefe do Partido Regenerador.- Hintze Ribeiro é escolhido para a liderança dos regeneradores.
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  • Março,19-Morte de António Nobre. Poeta autor de Só, publicado em Paris em 1892.
António Nobre nasceu no Porto, matriculando-se em 1888 no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Como os estudos lhe corressem mal, partiu para Paris onde frequentou a Escola Livre de Ciências Políticas, licenciando-se em Ciências Jurídicas. De regresso a Portugal, tenta entrar na carreira diplomática, mas a tuberculose impede-o.

Doente, ocupa o resto dos seus dias em viagens a procurar remédio para o seu mal, da Suíça à Madeira. Faleceu ainda muito novo na Foz do Douro. Obras poéticas: Só (publicada em Paris em 1892), Despedidas (1902) e Primeiros Versos (1921), ambas publicadas postumamente.

Retirado de :Projecto Vercial.